Certificações da qualidade: qual o impacto real para o consumidor?

Quero dividir com vocês uma situação que nos cerca e nem nos damos conta (aliás, este é um fato bastante corriqueiro, pois é raro pararmos para reflexões). As certificações impactam as suas decisões de compra?


No popular: alguém bebe (ou deixa de beber) a cerveja porque ela é ISO 9001 (ou não)? O feijão das nossas refeições (para ser bom) deve ser chancelado por uma norma de boas práticas de fabricação? Como pode ocorrer um acidente ambiental numa empresa certificada pela ISO 14001?


Não é minha intenção jogar contra a área em que atuo, somente desejo expor a situação para o nosso debate. O fato é que os selinhos expostos em algumas latinhas de suco, que ilustram a homologação de algumas categorias profissionais, têm mais apelo do que a ISO 9001. Esta faz parte do Sistema Brasileiro de Certificação (SBC), é o consenso da sociedade, ao passo que a outra é retrato de uma pequena parcela da população brasileira, não obstante bastante significativa e relevante. Diante disto, minha opinião é que o mérito destas categorias é imenso, conseguiram um destaque inimaginável teoricamente falando, merecem os nossos aplausos.


Mas o que há de errado com as certificações "oficiais", ou seja, no âmbito do SBC? Vou citar uma frase de uma palestra que assisti do Julio Bueno, atual secretário de desenvolvimento econômico, petróleo, indústria e comércio do estado do Rio de Janeiro, que já foi presidente do INMETRO e é uma referência na área de gestão da qualidade. Segundo ele, esta conversa de certificações e temas correlatos é para especialistas, a sociedade não entende e dificilmente entenderá esta linguagem. O que importa para ela é a confiabilidade dos produtos ou serviços, é este o fator impactante.


Penso que o parágrafo anterior explique a questão. O que acham? Aguardo opiniões para o debate deste tema, que envolve cidadania, custo Brasil e produtividade do país.